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Vida Consagrada

“ Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”
Fl.2,5
A vida Consagrada, profundamente arreigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja por meio do Espírito. Deus escolhe as pessoas e a chama cada uma pessoalmente, para conduzi-las ao deserto e falar-lhe ao coração. Como manifestação de vida cristã plenamente vivida – a Vida Consagrada, se enraizada no batismo, e na oferta livre da própria vida. 
     
O Consagrado, através da própria entrega, promete amar a Deus e a o seu próximo, de forma radical tendo os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. A pessoa Consagrada pertence totalmente a Deus com uma aliança livremente assumida. Os meios que ajuda o Consagrado a responder a este chamado do Senhor são os votos de Castidade, Obediência e Pobreza; desta forma os consagrados se tornam sinal no mundo, memoria e consciência de Deus no mundo. Eles são efeito da escolha e do chamamento divino, do Pai que nos colocou “com o filho” (Mc 3,13), e escolha livre do batizado que quer responder a essa eleição divina, assumindo as suas consequências. Portanto, os conselhos são sinais e efeitos de caridade, participação na morte como renúncia ao pecado e livre escolha de Deus, comunhão de vida gloriosa de Cristo ressuscitado em vida nova, isto é, como inserção na mesma vida de Deus Trindade, sendo “filhos no Filho”. Professando os conselhos, manifesta-se na Igreja a graça de Deus Pai que chama, de seu Filho que nos une à vida, para viver no Espírito Santo em amor profundo de graça e de glória” (BEYER J. A nova disciplina na Vida Consagrada. In CAPELLINI, Ernesto (Org.). Problemas e perspectivas de Direito Canônico. Loyola: S.Paulo.
 
 Elemento essencial na vida do consagrado, é a vida fraterna em comunidade. Junto os irmãos e irmãs formam uma comunidade de vida e de esperança. Junto se busca a conversão, para viver de maneira concreta e coerente a missão recebida de Deus. Doar a vida sem reserva, com um coração indiviso, com toda a alma e com toda a mente. (Dt. 6,5): eis, a essência da vida consagrada. 
     
A pergunta que desafia a sociedade contemporânea é: a vida religiosa tem sentido hoje? É viável? Certamente, na medida em que o Evangelho é valioso, assim o será a Vida Consagrada. O que obviamente se precisa é o cultivo do sagrado, o cultivo pessoal e comunitário não separado do secular, mas mantendo a sua substância. 
   
A vida espiritual das religiosas e religiosos deve ser forte, clara e testemunhal, fundamentada no Evangelho segundo o espírito do carisma institucional, com uma espiritualidade do presente. Os desafios missionários despertam na Igreja e na vida religiosa uma consciência e responsabilidade maior e exigem a resposta de um novo ardor missionário para anunciar Jesus Cristo. O anúncio será feito, não só pela palavra, mas pelo testemunho de amor gratuito, em favor dos irmãos e com esperança da vida fraterna. A entrega da vida é a prova do amor. Que esse amor apaixonado a Jesus Cristo, por parte dos consagrados, fomente a alegria e a esperança de toda Igreja no anúncio do Reino, a fim de que seja sacramento da salvação para a humanidade sofrida do mundo atual.
     
Os (as) religiosos (as) vivem uma Vida Consagrada para a salvação do mundo, dão a vida para o serviço do Reino de Deus, contribuem para a santificação do mundo com uma vida totalmente e para sempre dedicada ao espírito apostólico (c.573). E no aspecto consacratório, são chamados com vocação especial, uma consagração de toda a pessoa, um sacrifício oferecido a Deus, por meio do qual a inteira existência se torna uma contínua adoração a Deus na caridade. Esses exprimem e exercitam a própria consagração na fecundidade apostólica (cc. 574 – 576).
       
O segredo deste ardor espiritual é a Eucaristia. A Eucaristia como pude afirmar na Exortação Apostólica Vita consecrata por sua natureza, está no centro da vida consagrada pessoal e comunitária" (n. 95). Jesus entrega-se como Pão "partido" e como Sangue "derramado", para que todos possam "ter vida, e vida em abundância" (cf. Jo 10, 10). Ele oferece-se a si mesmo pela salvação de toda a humanidade. Participar no seu banquete sacrifical não comporta somente repetir o gesto por Ele levado a cabo, mas também beber do seu cálice e participar na sua própria imolação. Assim como Cristo se faz "pão partido" e "sangue derramado", também cada cristão e, ainda mais, cada consagrado e cada consagrada é chamado a dar a vida pelos irmãos, em união com a do Redentor.